
O começo
Me formei aos 21 anos de idade e após ser aprovada na prova da OAB na minha primeira tentativa, consegui a tão esperada carteirinha de advogada. Nunca cogitei ou desejei um cargo público, desde que entrei na faculdade, aos 16 anos, eu sempre quis ser advogada.
O início da carreira de um advogado é difícil, temos muitos sonhos, muita vontade de fazer, conhecimento, mas não temos o principal: clientes.
Eu não tinha um pai ou mãe advogado/a, que já tivesse trilhado esse caminho e que pudesse me auxiliar. Ninguém da minha família era advogado e o meu sucesso dependia apenas de mim.
Meu primeiro escritório era literalmente pequeno: tinha a mesa onde eu trabalhava, duas cadeiras para atendimento de clientes, um computador e um pequeno arquivo, sobre o qual eu coloquei os livros da faculdade.
Mas eu sabia que ter um escritório não era o suficiente, o telefone não ia simplesmente tocar. Eu precisava que as pessoas me conhecessem e conhecessem o meu trabalho.
Os primeiros clientes
Na época, o Estado de Santa Catarina não possuía Defensores Públicos concursados e, para prestar assistência jurídica às pessoas carentes, sem condições financeiras de contratar um advogado, realizava um convênio com a OAB, que, por sua vez, nomeava advogados para os casos.
Foi assim que eu comecei, sendo nomeada para casos de Direito de Família. Para se ter uma ideia, para um divórcio que levava alguns anos de trabalho, audiências, petições e idas ao fórum, eu não recebia nem quinhentos reais. Mal dava para pagar as contas.
Não importava, eu precisava ter contato com os clientes e sabia que, quando eles conhecessem o meu trabalho, confiariam em mim.
Dito e feito.
Cada cliente que me procurava com a guia de encaminhamento da OAB eu atendia sem pressa, com excelência, escutava seus problemas, seus desejos e anseios e fazia tudo que estava ao meu alcance para que, ao final do processo, ele estivesse satisfeito.
Aos poucos eu já estava cuidando da aposentadoria desses clientes, encaminhando pedidos de pensão por morte, agendando perícias para auxílio-doença.
Não demorou para que as demandas previdenciárias preenchessem a minha agenda e eu não tivesse mais tempo para atender as demandas de família pelo convênio da OAB.
Além disso, também achei que seria justo contribuir para que novos advogados tivessem essa mesma oportunidade que tanto me ajudou.
O Direito Previdenciário
Minha escolha pelo Direito Previdenciário aconteceu ainda na faculdade, quando eu fiz estágio na Justiça Federal, onde a maioria desses processos é analisada e julgada.
Era tão comum atendermos pessoas (carentes, na maior parte das vezes) que iam lá tirar dúvidas sobre os seus processos porque não conseguiam falar com os seus advogados, que eu tive certeza de que era com Direito Previdenciário que eu iria trabalhar.
Depois de me formar, fiz duas pós-graduações em Direito Previdenciário e Direito do Trabalho, constantes cursos de atualização, e já são dez anos atuando nessa área.
Quando a gente fala de Direito Previdenciário, estamos falando de aposentadoria, auxílio–doença (o famoso “encosto”), pensão por morte, salário maternidade, ou seja, estamos lidando diretamente com a dignidade das pessoas. Todos têm o direito de serem bem atendidos, de terem acesso à informação do seu processo e de receberem o melhor benefício.
É isso que me motiva!
Os meus primeiros artigos publicados: um tiro no pé?
Durante cerca de dois anos eu escrevi um artigo para o Jornal do Paraíso, um jornal de publicação mensal e que circulava no bairro Jardim Paraíso, em Joinville, pelo qual tenho muito carinho. Nesses artigos, procurei usar uma linguagem fácil e, através de histórias que eu criava, eu contava situações do dia a dia e quais eram os direitos das pessoas.
Mesmo com o cuidado de não disponibilizar o meu telefone, o meu e-mail ou qualquer outra informação além do meu nome, porque assim determina a OAB, tive que responder um processo administrativo dentro da instituição.
Apesar deste processo ter sido arquivado sem qualquer penalidade, essa situação me deixou bastante chateada e desmotivada para continuar escrevendo.
Mas contratempos são inevitáveis e nos ajudam a construir a nossa história. Essa é a minha.
Confiança, o elo que une o cliente e o advogado
E como a relação entre o cliente e o advogado é pautada, acima de tudo, pela confiança, nada mais justo do que eu contar um pouco da minha história como advogada e como o Direito Previdenciário entrou na minha vida.
Não tenho vergonha do meu início, muito pelo contrário, tenho muito orgulho de atender até hoje diversos clientes que me conheceram quando eu ainda tinha pouca experiência, que me deram seu voto de confiança e que desde então confiam em mim para cuidar de questões tão importantes e sérias, como uma aposentadoria.
São clientes que trazem seus filhos, irmãos, pais e amigos e não escondem a satisfação em serem atendidos por mim.
Mesmo com bem menos tempo do que eu tinha quando abri meu escritório, não abro mão desse contato com o cliente, não olho no relógio para apressar o cliente, não marco um cliente logo após o outro, escuto seus problemas e muitas vezes seus desabafos, medos e desejos.
Mantenho-me fiel ao que acreditei e ao que me dispus a oferecer quando me tornei advogada previdenciária: prestar o melhor atendimento e garantir a concessão do melhor benefício ao cliente.
O blog
Reativando aquele projeto de prestar informação de qualidade e de forma acessível, como ocorria através dos artigos publicados no Jornal do Paraíso, decidi neste ano criar um blog, no qual falarei sobre questões de direito previdenciário, sempre de uma forma simples e sem juridiquês.
E para dar início a este blog, nada mais justo do que começar falando um pouco sobre a minha história, não é mesmo?
Boa leitura! E se quiser, deixe um comentário, vou gostar!
“Tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição. O resto é secundário” – Steve Jobs
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